sábado, 23 de abril de 2016

A solução

PCP dá lição ao BE, do género: cresce!


Já citei a frase mas quando os partidos ignoram o que é elementar na política há que ser repetitivo. Em 1804, para fragilizar os monárquicos, que faziam complôs no exílio, Napoleão mandou sequestrar um nobre de alta condição, o jovem duque d"Enghien. A operação acabou mal, o duque foi fuzilado - e o que era para assustar pôs todas as casas reais europeias assanhadas contra a França. Daí a frase, não se sabe bem se dita por Talleyrand ou Fouché, os chefes da diplomacia e da polícia de Napoleão: "Mais do que um crime, foi um erro." Ontem, o PCP puxou o tapete à mudança do Cartão de Cidadão: está contra. A bandeira que os bloquistas hastearam não era, evidentemente, um crime, mas um rematado erro. Porque era a caricatura com que, demasiadas vezes, o BE se apresenta, ele mais as suas causas bizarras. Ao PC agradaria, claro, que o BE deslizasse na casca de banana que atirou a si próprio. Mas mais do que deixar prosseguir o deslize do aliado e adversário, ao PCP importou mostrar que ele é que sabe da poda. O Cartão de Cidadão tem problemas? Sim, tem, diz o PC, mas os "de gramática" não são prioritários... O grave, dizem os comunistas, é o Cartão de Cidadão ser caro e não ser vitalício para os de mais de 70 anos, como era o BI. A luta do PCP é básica? É, mas cola com a sua imagem, simples e clara. Já o BE, insistindo na caricatura, um dia talvez aprenda que isso, não sendo um crime, pode vir a ser um erro fatal.

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