Parte 2 da aula (mas a mais importante):
Declaração de interesses: tenho obviamente uma matriz para dar a disciplina, mas tento não repetir demasiado. Os estudantes são, se for mestrado a sério, co-autores. Neste caso, esta é a primeira turma em que há este eercício da formação de equipas. A ver onde nos leva - provavelmente a lado nenhum, mas cadê o mal?
Dito isto, gostei muito das apresentações. Crítica geral: estão obviamente muito pela rama.
O grupo A tem a casca mas, como observou a Filipa, não o conteúdo. Nem sequer «Maracujá» chamaram à sua marca. Tristeza... O processo tem a casca, não tem o porquê. Ideia boa a explorar: traduções literárias do japonês e do chinês sem embaraçosa língua intermediária. Mas como conseguir os contratos? Como chegar à fala com os agentes? Quanto oferecer de avanço? Como conseguir apoios?
O grupo B tem uma visão mais desenvolta - fruto, suponho, das personalidades e das competências outras (ver fábula da cegonha e da raposa) - do negócio. Já distribuiu cargos (ainda não o fez às tarefas concretas - a prática o ajustará mas há que ter à partida uma noção mínima), identificou um alvo e esboçou uma metodologia de comunicação. O nome provisório é bem conseguido - Maracujá - e a explicação é convincente: sendo uma equipa luso-brasileira, esse espírito transparece na marca da empresa. Alegre, desempenada, assume uma postura comercial: dar ao mercado aquilo que o mercado pede. O leitor como consumidor. Livro de auto-ajuda, gastronomia, talvez até «espiritualidade». E a moeda de duas faces viagem/turismo. Os dois primeiros livros parecem interessantes: um livro de turismo auto-irónico e que se lê como um thriller - A Praia, do jovem escritor inglês Alex Garland, recentemente publicado e ainda não descoberto cá por editoras com mais poder negocial (o que é bom, mas convém sermos rápidos a fechar o contrato).
O grupo C (Andrea, João, Sara - e Raquel e Mafalda, ausentes)
criou a Lunar Edições, especializada em livros de bolso e ebooks.
Tiragens modestas: 500 exemplares. Atenção, o problema é sempre o mesmo: tiragens sensatas mas escassas e caras vs. tiragens corajosas mas com riscos de ficarem em armazém (e o armaxém é caro).
Pensaram (e bem) nos Direitos de Autor: 10% e 75%, papel e e-dição.
Preços: 5/10 euros, 3 euros.
Logística: base para comunicação, electricidade, gás, armazenamento!
Faixa etária dos leitores: 18-54 anos.
Filosofia de negócio: assegurar os serviços básico e o resto em outsourcing.
3. .
O grupo D (Catarina, João, João, Rita) criou a Dispersão Edições. Avança com duas colecções que rimam com a marca em ão: Imersão e Concentração. Nada mau, para meia-hora de trabalho. Mas conseguirão melhor?
Design: capas pretas, uniformes, com um desenho a cor.
Distribuição em pontos de venda seleccionados: Bertrands, Fnacs, livrarias independentes e... espaço nosso.
E ainda: plataformas online de literatura.
Uma palavra-chave para a colecção de ensaio: ser apelativa.
Parte 1 da aula:
1. Fábula da raposa e da cegonha. Moral: há mais que uma, como sempre, mas aqui vai um punhado delas. A pessoa que faz o que gosta tem vantagem. (Por exemplo evitemos entrar em competições de ódio com pessoas que nos detestam; elas ganham sempre porque chega um momento em que nós, pessoas normais, nos cansamos do jogo e queremos ir almoçar.) Tentemos adequar o nosso trabalho à nossa personalidade. Lembremos a lição de Chomsky: competência teórica/capacidade de performar. A pessoa que for multitask ganha.
2. Fábula da luso-finlandesa que estava desempregada e acabou por descobrir que estava sentada numa mina de ouro quando concorreu a uma posição de tradutora/intérprete na Burocracia Comunitária.
Declaração de interesses: tenho obviamente uma matriz para dar a disciplina, mas tento não repetir demasiado. Os estudantes são, se for mestrado a sério, co-autores. Neste caso, esta é a primeira turma em que há este eercício da formação de equipas. A ver onde nos leva - provavelmente a lado nenhum, mas cadê o mal?
Dito isto, gostei muito das apresentações. Crítica geral: estão obviamente muito pela rama.
O grupo A tem a casca mas, como observou a Filipa, não o conteúdo. Nem sequer «Maracujá» chamaram à sua marca. Tristeza... O processo tem a casca, não tem o porquê. Ideia boa a explorar: traduções literárias do japonês e do chinês sem embaraçosa língua intermediária. Mas como conseguir os contratos? Como chegar à fala com os agentes? Quanto oferecer de avanço? Como conseguir apoios?
O grupo B tem uma visão mais desenvolta - fruto, suponho, das personalidades e das competências outras (ver fábula da cegonha e da raposa) - do negócio. Já distribuiu cargos (ainda não o fez às tarefas concretas - a prática o ajustará mas há que ter à partida uma noção mínima), identificou um alvo e esboçou uma metodologia de comunicação. O nome provisório é bem conseguido - Maracujá - e a explicação é convincente: sendo uma equipa luso-brasileira, esse espírito transparece na marca da empresa. Alegre, desempenada, assume uma postura comercial: dar ao mercado aquilo que o mercado pede. O leitor como consumidor. Livro de auto-ajuda, gastronomia, talvez até «espiritualidade». E a moeda de duas faces viagem/turismo. Os dois primeiros livros parecem interessantes: um livro de turismo auto-irónico e que se lê como um thriller - A Praia, do jovem escritor inglês Alex Garland, recentemente publicado e ainda não descoberto cá por editoras com mais poder negocial (o que é bom, mas convém sermos rápidos a fechar o contrato).
O grupo C (Andrea, João, Sara - e Raquel e Mafalda, ausentes)
criou a Lunar Edições, especializada em livros de bolso e ebooks.
Tiragens modestas: 500 exemplares. Atenção, o problema é sempre o mesmo: tiragens sensatas mas escassas e caras vs. tiragens corajosas mas com riscos de ficarem em armazém (e o armaxém é caro).
Pensaram (e bem) nos Direitos de Autor: 10% e 75%, papel e e-dição.
Preços: 5/10 euros, 3 euros.
Logística: base para comunicação, electricidade, gás, armazenamento!
Faixa etária dos leitores: 18-54 anos.
Filosofia de negócio: assegurar os serviços básico e o resto em outsourcing.
3. .
O grupo D (Catarina, João, João, Rita) criou a Dispersão Edições. Avança com duas colecções que rimam com a marca em ão: Imersão e Concentração. Nada mau, para meia-hora de trabalho. Mas conseguirão melhor?
Design: capas pretas, uniformes, com um desenho a cor.
Distribuição em pontos de venda seleccionados: Bertrands, Fnacs, livrarias independentes e... espaço nosso.
E ainda: plataformas online de literatura.
Uma palavra-chave para a colecção de ensaio: ser apelativa.
Parte 1 da aula:
1. Fábula da raposa e da cegonha. Moral: há mais que uma, como sempre, mas aqui vai um punhado delas. A pessoa que faz o que gosta tem vantagem. (Por exemplo evitemos entrar em competições de ódio com pessoas que nos detestam; elas ganham sempre porque chega um momento em que nós, pessoas normais, nos cansamos do jogo e queremos ir almoçar.) Tentemos adequar o nosso trabalho à nossa personalidade. Lembremos a lição de Chomsky: competência teórica/capacidade de performar. A pessoa que for multitask ganha.
2. Fábula da luso-finlandesa que estava desempregada e acabou por descobrir que estava sentada numa mina de ouro quando concorreu a uma posição de tradutora/intérprete na Burocracia Comunitária.
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