sábado, 21 de maio de 2016

Da edição, da revisão e outras fontes

1. Quem quiser brincar às fontes, pode ir aqui: http://fontzone.net/

2. A edição é uma visão geral, a revisão uma edição aproximada, de pormenor. Um dos maiores obstáculos é que os nossos olhos (ou talvez seja o nosso cérebro) «corrigem» o erro. Da mesma forma, a preocupação com problemas maiores pode fazer-nos esquecer os pormenores.

3. Áreas há em que a pressa - o queimar os prazos - é emocionante. Liberta feromonas (ou outra coisa qualquer que liberte). Mas com um texto - por mínimo que seja - há que deixar pousar. Deixar arrefecer. É difícil (falo por experiência própria) mas é uma regra tão, tão essencial.

3.1. Mesmo num post para o FB, dou por mim a, minutos depois, descobrir que numa minúscula frase faltava uma vírgula, havia um ponto a mais, tinha colado palavras - ou (aqui já é trabalho de edição, neste caso auto-edição) simplesmente havia uma frase que faltava, uma forma melhor de dizer, um parágrafo a mais e que era escusado ter lá.

3.2. Tudo isto é «a olho», ou seja, não é objectivo. Objectiva é a confiança nas nossas capacidades - o meu currículo mostra que, a maior parte das vezes, sei fazer aquilo? sou escrupuloso q.b.? - mas não a aplicação dessas mesmas capacidades.

4. «Jorge, qual me fica melhor? O casaco verde ou o azul? E qual condiz mais com estas calças? Qual destas três gravatas devo pôr?» Até em coisas triviais ficamos baralhadinhes. (Talvez não tenha reparado que há um e errado em baralhadinhos. Vê?)

5. O ideal é apanhar o erro antes de ele ter ido para impressão final. Mas, se for, não fiquemos muito tempo a pensar nisso. Está feito. Foi um erro estúpido - os erros nem sempre são geniais, embora também aconteça - mas não foi mortal, não é crime de sangue, apenas de tinta.

 6. Importante, para mim, é responder à pergunta: gosto do que faço? Parecendo ridícula, esta pergunta é essencial. Jogadores de futebol que estavam todos rotos andam de repente aos pulos quando a equipa marca um golo. De onde vem aquela energia? (E não, não é uma questão metafísica, é eminentemente prática.)

[Continua, tenho mais coisas para dizer sobre o assunto. E, por favor, comprem um livro de fábulas. Não é próprio de uma universidade ver-me obrigado a contar as fábulas da raposa e da cegonha, da águia e da mãe-mocho, da raposa e do corvo. Esta por sinal aplica-se também muito à nossa área: ia uma raposa a passar quando vê empoleirado numa árvore um corvo com um belo queijo no bico...]

P.S.) Recebi mais um mail com as moradas incautamente desprotegidas. Lá enriqueci a minha 'mailing list'. Reconhecem alguns nomes? São 'opinion makers'. Pode ser importante enviar-lhes um dos 100 livros que fizemos (está no contrato) para promoção.

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